Dacia Bigster: O Que Verificar Antes de Comprar

Vamos ser francos: não é perfeito. Eis o que o torna cativante, o que não convence e o que deve inspecionar antes de assinar o contrato.

Os Pontos Fortes — Porque o Bigster Faz Sorrir Qualquer Agricultor com Motosserra Nova

1. Espaço, e muito
O banco traseiro acomoda adultos a sério, sem joelhos encavalitados no queixo. A bagageira é tão grande que cabe um cão, um carrinho de bebé, duas tendas e outro cão, ainda com espaço livre.
Comparado com rivais que parecem estúdios minimalistas, o Bigster é como o sótão da avó: cabe tudo.

2. Preço
A versão manual de 130 cv custa o equivalente a umas boas férias em família, não a um rim novo.
Um Sportage ou Tiguan do mesmo tamanho pede mais 10 a 15 mil euros. O Bigster é simples: fique com o troco e compre um grelhador, material de campismo e gasolina para o ano inteiro.

3. Honestidade mecânica
Caixa manual. Tração integral verdadeira. Menos eletrónica pronta a falhar numa terça-feira chuvosa. O hardware do Bigster é como um machado Fiskars: funciona e provavelmente continuará a funcionar até ao fim do mundo.

4. Praticidade real
Pontos de fixação YouClip para caixotes, lanternas e suportes.
Materiais resistentes e laváveis que não se queixam quando as crianças entornam gelado.
Este é um carro para botas enlameadas, não para aspirar todas as noites em vergonha.

5. Conduz, não finge
Não tenta ser desportivo. Não tenta ser luxuoso. E é precisamente por isso que resulta.

Os Pontos Fracos — O Que o Bigster Não Lhe Conta

1. Plásticos duros por todo o lado
Se gosta de passar a mão em madeira nobre e couro cosido à mão, desiluda-se. As superfícies são rijas, os painéis rangem e o luxo é uma miragem distante.
Pense em acampamento, não em spa.

2. Bancos que são só razoáveis
Pernas longas? Ombros largos? Prepare-se para ajustar tudo no test drive. O assento pode ser curto ou os apoios laterais demasiado estreitos.
Apoio lombar? Esqueça.

3. O motor esforça-se, mas não faz milagres
O 1.2 de três cilindros com 130 cv cumpre, mas não deslumbra. Acelera, sim. Entusiasma, não. Provavelmente deixa o Volvo velho ao lado para trás no semáforo, mas não muito mais.

4. Ruído a bordo
Na autoestrada, vento, pneus e motor juntam-se num zumbido de fundo. Dá para conversar, mas Mozart fica melhor em casa.

5. Segurança — só o essencial
Tem o básico, nada mais. Sem airbag central. Sem assistente de faixa digno desse nome. Manter-se ao centro? Só se a estrada for reta e a sua imaginação fértil.
Travagem automática de emergência e outros fundamentais estão incluídos.

O Que Verificar Antes de Comprar

1. Bancos e posição de condução
O assento é suficientemente comprido? As costas assentam bem? O enchimento pressiona os joelhos? Se for alto, conduza pelo menos 15 minutos — melhor isso do que filas no fisioterapeuta.

2. Jantes e pneus
Jantes de 19 polegadas arruínam o conforto. As de 18 são o ponto ideal. No test drive, procure buracos e pisos maus. A suspensão vai dizer-lhe o que prefere.

3. Multimédia
O CarPlay funciona sem fios? O ecrã arrasta-se como um portátil velho? Se depende do GPS, teste logo.

4. Equipamento
A versão escolhida tem câmaras, sensores de ângulo morto e cruise control adaptativo? A Dacia empacota os extras como quem vende smartphones, por isso leia a lista com atenção.

5. Capacidade de reboque
Se tem barco ou atrelado, confirme se a versão reboca 1500 kg e não uns modestos 1000.

6. Comportamento carregado
Leve amigos e bagagem no test drive. Só assim percebe como se porta a sério.

Veredicto — O Bigster É Para Si?

Se procura
• um carro grande sem preço a condizer,
• algo robusto e honesto,
• um veículo que não se assusta com gravilha, lama ou caos familiar,
• e uma máquina que faz tudo suficientemente bem sem fingir ser outra coisa,

então o Bigster é para si.

Mas se quer
• luxo macio ao toque,
• silêncio absoluto em andamento,
• direção automática e semi-autonomia,
• ou aceleração entusiasmante,

o Bigster não é o seu tipo.