




Molnija EV da Rússia: Cem Quilômetros de Autonomia, Com Sorte
Autoridades orgulhosas destacam que 70% dos componentes são de fabricação nacional. Provavelmente isso inclui a maçaneta, uma palheta do limpador e talvez a assinatura do gerente do projeto sob o capô. Os outros 30%, imagina-se, chegam discretamente de países onde a indústria realmente produz, garantindo que o carro ao menos se mova por conta própria.
E a concorrência? Tesla Model 3, Zeekr 007 e BYD Han—pelo menos segundo a versão oficial. A comparação é tão justa quanto colocar um descascador de batatas contra uma katana. Ambos cortam, mas a experiência não poderia ser mais diferente. Ainda assim, o Molnija já foi indicado ao principal prêmio de design industrial da Rússia, lembrando que o patriotismo muitas vezes supera a perspectiva.
A produção está prevista para a fábrica Moskvich, em Moscou, uma instalação que nos últimos anos foi mais fantasma do que indústria, montando kits chineses enquanto prometia "em breve rivalizar com a Tesla". Agora, ao menos, terá algo concreto saindo da linha—talvez algumas dezenas de unidades—para renovar frotas oficiais e dar assunto novo às empresas de táxi.
Exportações também estão nos planos. Para onde? Essa é a grande incógnita. A Coreia do Norte parece um destino plausível, onde uma autonomia de 100 quilômetros pode ser vista como luxo, não como limitação.
No fim, o Molnija se assemelha menos a um carro elétrico e mais a uma extensão elétrica ambulante, capaz de rodar apenas enquanto houver uma tomada amiga por perto. Ainda assim, prova que a indústria automotiva russa consegue lançar algo novo—mesmo que esse "algo" tenha o brilho de uma lanterna fraca numa noite de novembro.