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DeepMind quer que robôs conversem consigo mesmos — literalmente

Author: auto.pub | Published on: 08.07.2025

Quando a DeepMind, braço de inteligência artificial do Google, foca em um objetivo, dificilmente é mera especulação. O interesse mais recente? O chamado "monólogo interno": um fluxo de pensamento direcionado a si mesmo, criado para que robôs possam raciocinar como humanos. Imagine cada robô como um pequeno Hamlet de metal, narrando silenciosamente o que observa e decidindo o próximo passo. Parece ficção científica, mas trata-se de um pedido de patente.

No documento mais recente, a DeepMind descreve um sistema capaz de gerar discurso interno em linguagem natural, baseado no que o robô vê em imagens ou vídeos. Mostre ao robô alguém erguendo uma xícara e, em sua mente digital, ecoa: "uma pessoa está levantando uma xícara". Genial? Talvez. Ou apenas uma ideia antiga, revisitada para o novo ciclo de hype.

Apesar de soar poético, o objetivo desse diálogo interno é prático: promover aprendizado mais rápido, exigir menos memória e aprimorar o desempenho em situações desconhecidas. A voz interior atua como um comentarista incansável, ajudando a máquina não só a perceber, mas a interpretar o mundo ao redor.

Segundo a DeepMind, essa narração interna permite que agentes de IA se adaptem com mais eficiência e se comportem de forma menos imprevisível em cenários inesperados — um grande desafio para trazer robótica inteligente ao cotidiano. Naturalmente, a DeepMind não está sozinha nessa corrida. Nvidia, Intel e outras empresas também buscam implantar um narrador silencioso em suas máquinas.

Para manter essa evolução discreta, a DeepMind está desenvolvendo o Gemini Robotics On-Device: um modelo enxuto de visão e linguagem que roda sem depender da nuvem ou da internet. Afinal, se um robô começar a fazer monólogos na sua cozinha, é melhor que esses pensamentos fiquem longe dos servidores do Google.

Se os robôs realmente começarem a pensar sozinhos, podemos estar diante de uma nova era. A dúvida é se esse "pensar" será compreensão genuína ou apenas uma imitação muito bem disfarçada. O tempo dirá. Ou talvez o próprio robô, quando formar uma opinião.