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Emissões de Carbono Batem Recorde e Transição Verde Sai dos Trilhos

Author: auto.pub | Published on: 10.07.2025

As emissões globais de gases de efeito estufa atingiram um novo recorde em 2024, chegando a 40,8 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente — meio bilhão a mais do que no ano anterior. O dado é do mais recente relatório do Energy Institute, que traz um alerta preocupante: apesar de investimentos históricos em energias renováveis, a economia mundial segue cada vez mais dependente dos combustíveis fósseis.

Os principais responsáveis permanecem os mesmos: China, Índia e Estados Unidos. Só a China responde por 31% das emissões globais de CO₂, com 12,5 bilhões de toneladas anuais. Embora o país invista em energia solar e eólica, novas usinas a carvão continuam sendo inauguradas sob a justificativa de “segurança energética”. O resultado é um paradoxo: as renováveis avançam, mas não substituem os fósseis.

Na Índia, as emissões crescem rapidamente, impulsionadas pelo desenvolvimento acelerado e redução da pobreza. O país já chega a 3,3 bilhões de toneladas por ano, um aumento de 24% em relação a uma década atrás, reflexo da persistente dependência do carvão e do petróleo.

Já os Estados Unidos aparecem como um raro caso de sucesso. Suas emissões caíram para níveis inferiores aos de 1990, mesmo com o crescimento populacional. A principal razão é a substituição do carvão por gás natural e fontes renováveis.

A Europa reduziu as emissões em 15% nos últimos dez anos, puxada por Alemanha e Reino Unido. No entanto, o Leste e o Sul do continente avançam lentamente, prejudicados por pressões econômicas ou falta de vontade política.

Nas demais regiões, o aumento é regra. As emissões da África cresceram 25% em uma década; na América Latina e na Ásia, quase 10%. As renováveis ainda não conseguem acompanhar a demanda crescente, tampouco substituir o uso já existente de fósseis.

O relatório é categórico: as iniciativas atuais são insuficientes. As emissões seguem em alta, as metas climáticas se tornam cada vez mais distantes e limitar o aquecimento global a 1,5°C parece fora de alcance. O mundo avança rapidamente — mas na direção oposta às promessas.