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Volkswagen ID. EVERY1

Parceria com a Rivian obriga Volkswagen a adiar modelos de destaque

Autor auto.pub | Publicado em: 22.09.2025

O Grupo Volkswagen enfrenta mais uma crise de software que está atrasando o lançamento de vários modelos importantes. Segundo diversas fontes, pelo menos três elétricos de destaque foram diretamente afetados, incluindo o futuro Audi Q8 e-tron e o A4 e-tron, ambos com estreia adiada em pelo menos um ano, provavelmente para o fim de 2028. O projeto K1, SUV de luxo da Porsche previsto para 2027, foi totalmente suspenso.

O problema não se limita a alguns projetos isolados. Fontes internas apontam que as dificuldades são sistêmicas e atingem praticamente todas as marcas do grupo. O motivo seria a pilha de software desenvolvida pela recém-criada joint venture Rivian e VW Group Technology LLC. Essa parceria só foi firmada após o fracasso da Cariad, divisão de software da própria Volkswagen, que acabou desmantelada.

Para a Rivian, o acordo era vital. A startup americana de elétricos apostava o lançamento do SUV R2, mais acessível, na estreia da plataforma de software compartilhada. Já a Volkswagen planejava usar a mesma arquitetura em uma ampla gama de futuros modelos, de elétricos puros a veículos a combustão. No entanto, adaptar um sistema criado nos Estados Unidos às exigências dos veículos projetados na Europa se mostrou um desafio maior do que o esperado, especialmente para os que não são totalmente elétricos.

Para complicar ainda mais, várias marcas do grupo Volkswagen não têm acesso total ao processo de desenvolvimento da Rivian. O resultado tem sido impasse, disputas internas e um cronograma de lançamentos cada vez mais incerto. A direção agora cogita até ressuscitar a Cariad para trabalhar em paralelo com a Rivian, o que pode gerar custos adicionais de até €6,5 bilhões.

O primeiro Volkswagen previsto para rodar com o novo software é um pequeno elétrico ainda sem nome, inspirado no conceito ID. Every1. Oficialmente, o lançamento segue marcado para 2027, mas diante do cenário atual, essa data está longe de ser garantida.

Enquanto isso, as operações da Volkswagen na China seguem sem ser afetadas pela crise. Em parceria com a XPeng Motors, o grupo adotou por lá uma plataforma CEA independente, que já está sendo preparada para equipar elétricos e híbridos a partir do próximo ano.

A gigante alemã vive, assim, duas realidades opostas. Na Europa, o impasse de software avança lentamente e custa caro. Na China, o desenvolvimento segue acelerado sob regras próprias. Resta saber se a Volkswagen conseguirá, no futuro, unir esses caminhos paralelos em uma estratégia única. Decisões devem ser anunciadas até 7 de outubro. O tempo está correndo.