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Maserati MCPURA

Maserati MCPURA em Goodwood: Visual Impactante, Essência Familiar

Author: auto.pub | Published on: 11.07.2025

No Festival de Velocidade de Goodwood, a Maserati apresentou seu mais recente "obra-prima", o MCPURA, sucessor do MC20 que marcou a nova fase da marca em 2020. O novo modelo exibe um acabamento mais brilhante e um interior mais refinado, mas, por baixo da superfície, quase nada mudou. O Tridente não busca revoluções neste momento, apenas um polimento meticuloso sobre sua base já consolidada.

No coração do MCPURA está o mesmo motor Nettuno V6 biturbo de 3.0 litros e 630 cavalos, lançado há cinco anos no MC20. A tecnologia de combustão pré-câmara, inspirada na Fórmula 1 e equipada com velas duplas, já não é novidade. Apesar disso, com peso inferior a 1500 kg e uma relação peso-potência de 2,33 kg por cavalo, o carro ainda impressiona tecnicamente.

Fazendo jus ao nome, o MCPURA aposta no visual. A pintura especial Ai Aqua Rainbow muda de tom conforme a luz do sol, o emblema Tridente brilha entre magenta e azul e os bancos revestidos de Alcantara trazem gravações a laser. É um espetáculo visual que esconde uma base técnica bem conhecida.

A versão Cielo, conversível, traz como destaque o teto de vidro que se torna opaco em um segundo, uma exclusividade no segmento para a Maserati. Chama a atenção, mas funcionalmente não é novidade para marcas como Mercedes, McLaren ou até mesmo Renault. O ineditismo está em ser o primeiro da Maserati, não da indústria.

As portas que se abrem para cima revelam o monocoque de fibra de carbono, esperado nessa categoria. A Maserati faz questão de exibir o selo “100% fabricado em Modena”, embora o apelo nostálgico desse artesanato seja cada vez mais uma questão emocional do que uma vantagem concreta de mercado.

O MCPURA, portanto, não representa um recomeço, mas sim uma evolução minuciosa do MC20. Com o slogan em tom de física quântica (“E = MCPURA”), o lançamento é, na prática, uma ação clara de fortalecimento da marca. E talvez esse seja o diferencial da Maserati: não romper padrões, mas refiná-los até alcançar um resultado mais brilhante, caro e preciso. O verdadeiro luxo nem sempre está no inédito, mas em dominar a arte da repetição.