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Škoda 100 Series

Škoda 100 renasce em digital com visual intemporal

Autor auto.pub | Publicado em: 26.11.2025

A equipa de design da Škoda voltou a desafiar a velha questão: e se um modelo clássico nascesse hoje? Desta vez, o foco recaiu sobre a Série 100, a berlina que conquistou grande parte da Europa de Leste e foi o primeiro Škoda a ultrapassar a marca de um milhão de unidades produzidas. O modelo regressa agora, ainda que apenas em formato digital.

O responsável pelo projeto é Martin Paclt, designer sénior da Škoda, cujo currículo inclui o Enyaq, Karoq, Kamiq e Kodiaq. Paclt recorda a Série 100 desde a infância, o que tornou a escolha óbvia. Manteve a silhueta retilínea e as proporções clássicas, típicas das berlinas europeias do final dos anos 60, mas introduziu a linguagem Modern Solid da Škoda.

O render apresenta um capot esculpido e uma faixa luminosa que atravessa toda a dianteira. O mesmo tema repete-se na traseira, que recebeu um tratamento totalmente novo. Uma entrada de ar no tejadilho e aberturas nas asas traseiras evocam a época em que os motores dos Škoda ficavam atrás do habitáculo. Paclt decidiu que uma Série 100 moderna também teria o motor elétrico nessa zona. O resultado é uma grelha reduzida e um equilíbrio geral diferente. Segundo o designer, esta berlina seria mais larga do que o atual Superb, sugerindo uma proposta de grand tourer elétrica e não apenas um utilitário compacto.

O Škoda 100 original entrou em produção em 1969 e manteve-se até 1977, com 1 079 708 unidades fabricadas. Trazia um motor de um litro com 47 cv. O 110 subia para 53 cv e a versão LS chegava aos 63. Números que hoje fazem sorrir, mas que marcaram uma geração que descobriu o que era a mobilidade independente.

Este novo estudo de design da Škoda mostra como as marcas reinterpretam o seu património com olhos postos no futuro. O Grupo Volkswagen seguiu caminho semelhante com o ID Buzz, ressuscitando uma carrinha icónica em versão elétrica. A decisão da Škoda de reinventar uma berlina responde ao mesmo instinto: sublinhar a identidade nacional e provar que o Modern Solid é mais do que um exercício de estilo. É um diálogo com o passado. Projetos assim podem não anunciar produção iminente, mas moldam a voz da marca e confirmam que a nostalgia tem lugar na era elétrica.