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Homens pagam mais do dobro em multas de velocidade

Autor auto.pub | Publicado em: 26.11.2025

Um estudo recente veio abalar as ideias feitas sobre quem realmente sente o bolso a arder quando um radar dispara. Os números não deixam margem para dúvidas: no Reino Unido, os homens pagam multas de excesso de velocidade muito mais elevadas do que as mulheres. E não é apenas mais, é quase duas vezes e meia mais.

A investigação foi encomendada pela OOONO, uma empresa que desenvolve dispositivos de segurança rodoviária. Nos últimos doze meses, os condutores do sexo masculino pagaram em média 804 libras, cerca de 940 euros. As mulheres desembolsaram 324 libras no mesmo período, aproximadamente 379 euros. A diferença é gritante. Mais impressionante ainda, 21 por cento dos homens admitiram que as suas multas ultrapassaram as 1 000 libras, ou seja, cerca de 1 170 euros. Apenas 3 por cento das mulheres relataram um impacto semelhante no orçamento.

A OOONO concluiu que o comportamento, e não o sistema, explica esta disparidade. Os dados mostram um padrão que se repete com uma regularidade desconcertante. Os homens consultam o telemóvel ao volante com mais frequência, 43 por cento contra 26 por cento das mulheres. Trinta e seis por cento dos homens distraem-se com sistemas de entretenimento a bordo, enquanto só 15 por cento das mulheres admitem o mesmo.

As multas pesam mais no orçamento mensal dos homens: 35 por cento disseram que uma penalização desestabilizou as suas finanças. Entre as mulheres, o valor fica-se pelos 24 por cento.

As consequências não ficam por aqui. Dezoito por cento dos homens falharam um pagamento de empréstimo após receberem uma multa, contra 8 por cento das mulheres. Dez por cento dos homens tiveram de pedir dinheiro emprestado para pagar a coima. Entre as mulheres, apenas 3 por cento.

Os homens também referem mais distrações causadas por passageiros no banco de trás e por indicações do sistema de navegação. Já as mulheres são mais afetadas pelo encandeamento dos faróis de veículos em sentido contrário e sentem maior desconforto a conduzir à noite ou com chuva e neve.

Por detrás destes números esconde-se um velho conhecido: o excesso de confiança. Os homens tendem a adotar um estilo de condução mais rápido e a sua perceção de risco esbate-se precisamente quando a atenção deveria ser máxima.

No inquérito mais alargado, 81 por cento dos condutores britânicos afirmaram querer um dispositivo que avise sobre radares e perigos sem recorrer a ecrãs. Muitos acreditam que os ecrãs distraem mais do que ajudam.

As conclusões da OOONO alinham-se com as tendências europeias de segurança rodoviária, que cada vez mais privilegiam soluções simples e sem ecrã. Ao mesmo tempo, os resultados sublinham uma velha verdade: o comportamento de risco nasce mais da cultura do que da tecnologia. E fica a dúvida: haverá algum aparelho capaz de domar um pé direito demasiado confiante?