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Audi Q6 e-tron offroad concept

O topo de linha elétrico da Audi roda com Huawei e preocupa o Ocidente

Author: auto.pub | Published on: 10.06.2025

A Audi já não consegue mais esconder que seu novo carro-chefe elétrico, o Q6L e-tron, chega não apenas com engenharia de ponta, mas também carregado de tensão política. No centro da inteligência desse veículo está ninguém menos que a Huawei, o gigante chinês da tecnologia cujo nome já causa reações alérgicas entre agências de segurança ocidentais.

O Q6L e-tron, fruto da parceria FAW-Volkswagen sobre a plataforma PPE da Porsche-Audi, une a excelência da engenharia alemã à sofisticação do software chinês. E não se trata de um carro modesto: são 4,88 metros de comprimento, quase dois metros de largura e um entre-eixos generoso de 2,99 metros. Um verdadeiro cruzador elétrico que representa o que há de mais moderno em mobilidade.

Mas o destaque não está no porte nem na bateria, e sim no cérebro do carro. É a Huawei que fornece os serviços integrados e as funções de condução autônoma. O sistema Qiankun enxerga o mundo por meio de uma rede com 13 câmeras, 12 sensores ultrassônicos e 5 radares de ondas milimétricas. Parece ficção científica, mas já é realidade — pelo menos na China. É lá que o Q6L e-tron estreia, embora a expansão para outros mercados não esteja descartada.

E aí está o impasse. No Ocidente, a Huawei é persona non grata, está na lista negra dos EUA e qualquer aliança com a empresa pode causar mais dores de cabeça geopolíticas do que lucros. O braço chinês da Audi não demonstra preocupação. Aliás, a BMW também vem observando a Huawei de perto, indicando que as marcas de luxo alemãs estão se aproximando discretamente do gigante chinês do software.

Esse tipo de tecnologia chegará à Europa ou aos Estados Unidos? Muito improvável.

As pré-vendas do Q6L e-tron já começaram, mas o preço ainda não foi divulgado. O lançamento oficial deve acontecer neste verão. Para quem ainda acha que carros são apenas metal e rodas, esse modelo deixa claro: eles também são política, vigilância e centros neurálgicos digitais.