Astra Hybrid percorre 1200 km: resistência real ou jogada de marketing?
Os números não deixam dúvidas. Uma média registrada de 4,3 l/100 km supera até mesmo o índice oficial WLTP de 5,0 a 5,1 l/100 km. Porém, o contexto revela outra realidade. O teste foi realizado pela própria equipe da Opel, com velocidade média modesta de 61 km/h ao longo de dois dias. Esse cenário está longe de refletir o uso cotidiano, marcado por congestionamentos urbanos, trechos de rodovia e condições variadas, que costumam elevar o consumo.
A Opel também destaca o "contributo elétrico", informando que 28% do trajeto—cerca de 345 quilômetros—foi feito em modo totalmente elétrico. No entanto, com um motor de apenas 15,6 kW e bateria de 48 volts, trata-se mais de um recurso para economizar combustível do que de eletrificação genuína. Em 2025, quando consumidores e órgãos reguladores exigem avanços reais rumo à mobilidade de baixas ou zero emissões, esses números podem soar como soluções paliativas.
A mensagem da Opel é clara: veja, nossa perua familiar percorre mais de mil quilômetros sem reabastecer, então esqueça o receio com a infraestrutura de recarga. Mas esse discurso ignora o fato de que ainda se trata de um carro a combustão tradicional, apenas auxiliado por tecnologia híbrida leve. A narrativa de resistência "heroica" está mais para estratégia de comunicação do que para revolução.
A dúvida para o consumidor é direta: será que a promessa de autonomia de 1200 quilômetros convence, ou o Astra Sports Tourer Hybrid será visto pelo que realmente é—um familiar econômico e prático, sim, mas ainda dependente de combustível fóssil em uma era em que a eletrificação total já se tornou expectativa?